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Guia geral para preparar a sua empresa para fazer parte da indústria 4.0

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O uso de tecnologia na indústria tem o objetivo de eliminar gargalos operacionais e tornar os processos mais eficientes. Ao longo dos séculos, novas soluções e abordagens surgiram para atingir esse objetivo, com diferentes perspectivas. A automação industrial é definitivamente uma delas. Está associada com a ideia de indústria 4.0.

É interessante destacar que as mudanças que ocorrem no ambiente fabril refletem no resto do mercado e acrescentam maior facilidade nos locais produtivos. Nesse sentido, é um tema que vale a pena conhecer e entender.

Contudo, quando falamos em automação e em indústria 4.0, precisamos atentar para a real necessidade de avaliar como sua empresa está antes de se adaptar. Para um processo orgânico e saudável, é preciso um apoio especializado e uma visão segura.

Neste guia, falaremos mais sobre indústria 4.0, automação, as tecnologias associadas e o que a sua empresa precisa para chegar a esse nível de otimização tecnológica. Não deixe de acompanhar!

Qual a história da automação e da indústria 4.0?

A automação industrial percorreu um longo caminho nos últimos séculos até chegar ao que temos hoje. Em cada momento histórico, tivemos grandes e significativos avanços, que representaram não somente melhoria na qualidade da produção, como também na qualidade de vida das pessoas.

Por isso, é comum que tracemos uma linha evolutiva da automação em termos de indústria 1.0, 2.0, 3.0 e, finalmente, 4.0.

Esses conceitos buscam representar o uso de sistemas eletrônicos, mecânicos e tecnológicos para melhorar o controle de equipamentos, otimizar a velocidade de produção, aumentar a escala, aprimorar a segurança e permitir melhores decisões dos gestores.

Tudo começou com a máquina a vapor, no século 18. A chamada primeira revolução industrial buscava mecanizar a produção com a introdução dessas máquinas para aumentar a capacidade produtiva e atender à crescente demanda. Em seguida, tivemos, no começo do século 20, a segunda revolução, caracterizada pelo uso de eletricidade e, sobretudo, pelo Fordismo.

O modelo de produção da multinacional automobilística inseriu no mercado uma nova forma de pensar a indústria, já com automação na linha de montagem e realocação inteligente dos colaboradores.

Depois disso, já nos anos 1970, a terceira revolução industrial trouxe computadores para a fábrica, com um processo de eletrização avançado. Isso se deveu muito ao surgimento do circuito integrado, no final dos anos 1950, que possibilitou a construção de computadores menores e cada vez mais portáteis.

Outra característica da terceira revolução foi a relação de sinergia entre a indústria e a universidade. O campo científico viabilizou inúmeras inovações de ponta para o ambiente produtivo, fazendo com que a pesquisa se tornasse um braço direito das fábricas. Ademais, vale destacar o fato de que outros mercados já acompanhavam o florescer da computação e os primeiros impactos dessas máquinas no dia a dia.

Chegamos, finalmente, à quarta revolução industrial, ou indústria 4.0. O conceito surgiu em uma feira da área na Alemanha. Refere-se a um novo nível de digitalização e informatização do ambiente de produção, com suporte a inovações para superar os desafios atuais.

É muito comum que estabeleçamos uma relação próxima entre a ideia de indústria 4.0 e a transformação digital, termo que define o estado último de digitalização de empresas, um estágio em que as tecnologias se tornam estruturantes e centrais. A quarta revolução basicamente tenta aplicar isso a uma escala industrial e moderniza o modo de pensar das organizações que produzem em massa.

Com ela, a ideia é conectar pessoas e ativos. Em especial, temos um novo integrante na equação: os dados. Eles surgem como ativos valiosos para viabilizar melhores decisões e um controle maior da gestão.

Para definir as protagonistas da indústria 4.0, podemos citar tecnologias como:

  • inteligência artificial;
  • internet das coisas;
  • realidades virtual/aumentada;
  • impressão 3D;
  • sistemas ciberfísicos;
  • computação em nuvem.

Quais as características da indústria 4.0?

Agora, vamos definir as características dessa nova revolução.

Automação

Evidentemente, a automação ganha proeminência como o motor deste novo conceito. Contudo, a abordagem é diferente.

O foco agora é usar tecnologias avançadas como a inteligência artificial para fazer com que sistemas ciberfísicos sejam capazes de operar sozinhos e tomar decisões mais complexas de maneira autônoma. Com o crescimento da área, os sistemas passam a pensar como seres humanos e a evoluir/aprender como eles.

Análise de dados

Nesse novo momento, a gestão baseada em dados se torna essencial. Atualmente, um conceito que ganha importância é o de Big Data, que consiste no enorme volume de dados gerados a todo tempo com as novas aplicações e com a internet, em sua fase web 2.0. Esses dados são gerados em tempo real, em um alto volume, em formatos variados e podem ser tratados para gerar valor.

Por isso, na indústria 4.0, é imprescindível utilizar dados como conselheiros na tomada de decisão. Uma visão data-driven, que utiliza a análise dos dados a fim de gerar insights e recomendações inteligentes, é um componente-chave para o sucesso de um negócio.

Simulação

Na era da quarta revolução, a ideia é aumentar a escala de produção e reduzir os erros. Afinal, eles custam caro. Por esse motivo, outro termo importante é a simulação.

Basicamente, consiste na capacidade de utilizar sistemas tecnológicos para projetar virtualmente a construção de um determinado protótipo e testar o que está sendo construído. Assim, as ferramentas são usadas como um rascunho para a versão final, com componentes reais.

Integração

A indústria 4.0 é caracterizada pela modernização de todo o ambiente fabril. Isso inclui uma maior conectividade, com sistemas e dispositivos em todas as seções da organização. Nesse sentido, o que garante que esses equipamentos funcionem bem juntos é a integração. Nesse novo momento, a integração ganha importância, como um auxílio à gestão para otimizar o controle.

Operação em tempo real

Hoje, a expressão “tempo de internet” é usada com frequência no mundo dos negócios e tem um significado real: tudo acontece em tempo real. Decisões devem ser tomadas com rapidez, erros devem ser sanados com rapidez e melhorias devem ser feitas rapidamente. Por isso, as tecnologias são unidas para oferecer à liderança essa capacidade de acompanhar e monitorar a produção de perto.

Quais os impactos para os processos industriais?

Veremos agora os principais impactos da indústria 4.0 e da automação para os processos internos.

Flexibilidade

Um dos aspectos vantajosos é a maior flexibilidade no ambiente fabril. Com uso de tecnologias como internet das coisas, Big Data, computação em nuvem e inteligência artificial, as empresas garantem maior agilidade no desenvolvimento das soluções, com capacidade de realizar mudanças sempre que necessário.

Afinal, decisões são tomadas com maior precisão e em menos tempo. Desse modo, é possível se adaptar perfeitamente à demanda e oferecer o melhor em cada cenário.

Padronização da produção

Também vale citar a padronização da produção. Com o auxílio de técnicas de simulação e dos dados, torna-se viável obter um framework definido de produção, com abordagens e direcionamentos padronizados. Assim, há maior consistência nas operações do dia a dia, com resultados melhores em termos de qualidade e precisão.

A padronização também ajuda a evitar aumento de despesas e desperdício de tempo. Uma vez que os recursos são aplicados em uma abordagem estruturada e em um conjunto sólido de etapas, cada colaborador sabe bem o que fazer e como usar as ferramentas disponíveis. Esse fator implica maior produtividade interna e maior lucratividade.

Personalização

Por outro lado, as tecnologias de automação da indústria 4.0 também contribuem com a personalização na produção. Ou seja, as aplicações são tão poderosas que permitem um desenvolvimento perfeitamente alinhado às necessidades dos clientes.

Assim, a empresa ganha a capacidade de criar soluções específicas até mesmo para demandas mais complexas e desafiadoras.

Ademais, podemos entender esse ponto como a adaptação das tecnologias ao ambiente organizacional. As inovações são devidamente aplicáveis para diferentes companhias, de diferentes nichos, com problemas distintos. Em cada uma delas, é possível adequar as soluções e obter os melhores resultados.

Controle das etapas

Outra característica desse novo momento é o forte controle das etapas. Com soluções integradas e o uso dos dados, a liderança mantém uma visão ampla do que acontece na organização, com administração inteligente das fases de produção, bem como de processos ulteriores.

Atualmente, é possível inclusive ter uma compreensão geral da empresa direto de um smartphone. Relatórios e métricas estão disponíveis para acesso em qualquer dispositivo, o que possibilita uma decisão mais adequada e calibrada de acordo com os problemas.

Eficiência

Além de tudo que falamos até então, é preciso destacar a importância da automação para gerar eficiência interna. Com eficiência, queremos dizer não apenas que a produção se torna mais precisa, mas também que há um rigoroso controle dos recursos. Ou seja, todos os equipamentos são utilizados apenas para o necessário, sem desperdício.

Os sistemas garantem uma visão precisa do uso de equipamentos e componentes dentro da empresa, o que gera redução de custos e viabiliza a continuidade das operações.

Controle das máquinas

Em indústrias, o maquinário constitui uma das principais preocupações dos líderes. Por essa razão, a tecnologia 4.0 também visa otimizar a gestão das máquinas com a manutenção preditiva, que compreende problemas antes que eles se tornem maiores e prejudiquem a estabilidade operacional. Com isso, tem-se um cuidado preventivo e inteligente, que usa dados para prever paradas e mau funcionamento.

Segurança

A segurança na empresa também é reforçada com as recentes tecnologias. Com a integração dos dados, é possível garantir que eles estejam acessíveis e incorruptíveis. Além disso, há uma preocupação mais intensa com estratégias de proteção, como backup, criptografia e monitoramento constante. Então, a empresa evita grandes transtornos com ataques e malwares.

Por que buscar formas de atingir esse novo patamar?

Um dos principais argumentos que reforçam essa necessidade de modernização da indústria é a necessidade mercadológica. É comum que outras empresas já estejam se movimentando nessa direção, visto que é uma tendência.

Nesse sentido, é uma questão de competitividade. As organizações que já saíram na frente nessa disputa estão obtendo resultados incríveis, como os benefícios que mencionamos no último tópico. Estão agilizando sua produção, reduzindo custos, aumentando eficiência e personalizando sua capacidade produtiva. Além disso, estão devidamente preparados para o futuro.

O que reforça essa competitividade é o fato de que essa movimentação não ocorre somente na indústria. Empresas de outros setores estão se esforçando para oferecer melhores serviços/produtos aos clientes, utilizando esses conceitos tecnológicos.

Quando as lideranças olham para os seus próprios resultados, elas percebem que há oportunidades de mudança e melhoria. As novas tecnologias são interessantes para permitir que essa evolução ocorra do modo mais eficiente e menos custoso possível. É possível alcançar esse cenário em menos tempo também.

Afinal, as inovações possibilitam, como já pontuamos, melhores decisões e melhores registros. Com isso, cada escolha é otimizada de acordo com a possibilidade de sucesso.

Em suma, chegar ao novo patamar de industrialização e digitalização é essencial para que a empresa esteja alinhada com o mercado e melhorando continuamente. Assim, é possível expandir os negócios e atingir os objetivos principais em termos de lucratividade.

Como se preparar para fazer parte da indústria 4.0?

Para a preparação para a indústria 4.0, um primeiro passo importante é o planejamento. A adaptação a esse conceito envolve mudanças estruturais e até mesmo uma revolução na forma como se pensa na empresa. Por isso, é necessário planejar bem os passos.

Inicialmente, é interessante estabelecer um cronograma e uma série de ações para implantação das novas tecnologias. Nesse roteiro, o ideal é também explorar as estratégias de treinamento dos colaboradores para esse novo momento.

Outro dos passos fundamentais é uma avaliação da infraestrutura e do aparato interno para otimizar a migração para a era 4.0. É um ponto que trataremos com mais detalhes nos próximos tópicos, pois envolve diversas questões.

É preciso avaliar a adaptação e identificar problemas atuais. Desse modo, a empresa conseguirá iniciar a migração pensando nas necessidades do agora e poderá otimizar os resultados com soluções personalizadas.

Como saber que a arquitetura de TI precisa de um check-up?

Quando a liderança decide iniciar um novo momento em sua empresa, como a adoção da transformação digital e das tecnologias da indústria 4.0, se depara com essa questão: a necessidade de um check-up para a arquitetura de TI. A pergunta é sobre como saber o momento ideal para realizar essa verificação.

Existem algumas características que denunciam que vale a pena buscar um diagnóstico. Uma delas é a falta de automação. Quando a companhia ainda confia demais em recursos manuais e operações realizadas com sistemas obsoletos, é hora de buscar uma nova solução. Afinal, essa falta de automação provavelmente já está causando gargalos e problemas sérios de custos internamente.

É preciso atentar também para os resultados internos. Caso a empresa detecte que o desempenho interno está insatisfatório e que há demoras demais para chegar à solução de transtornos ou respostas a demandas, a avaliação pode ser interessante.

No geral, se o desempenho, a confiabilidade e a capacidade interna apresentam problemas ou dificuldades, é o momento de conduzir uma análise mais séria. Nesse caso, os sistemas não estão encontrando as metas internas e estão provavelmente sendo um peso para impedir a inovação.

Aliás, falta de suporte e compatibilidade com tecnologias recentes também podem ser um problema geral que indica a necessidade de um check-up. Quando a arquitetura não é flexível o suficiente para permitir que a empresa adote novas ferramentas, são necessárias uma verificação e uma tomada de decisão acerca dela.

Caso você esteja adquirindo um novo aplicativo ou sistema, como para implantar a indústria 4.0, é bom reavaliar a infraestrutura. Desse modo, é possível garantir que as novas soluções sejam bem integradas.

Outro bom momento é quando o negócio está mudando de alguma forma. Afinal, você precisa que toda a estrutura seja adaptável e escalável para ser personalizada de acordo com as novas necessidades. Por isso, com a mudança de direcionamento, mudança de nicho, expansão ou uma M&A, é importante atentar para a gestão de tecnologia e buscar um diagnóstico preciso.

Qual a importância de contar com um processo adequado de avaliação de infraestrutura de TI?

Agora, vamos entender a importância de uma boa avaliação da arquitetura de TI.

Diagnóstico preciso

Primeiramente, uma avaliação de qualidade da infraestrutura vai fornecer um diagnóstico preciso do que está acontecendo. A empresa externa responsável por essa tarefa oferecerá sua expertise e experiência com outras companhias para identificar problemas e levantar possíveis soluções.

É possível obter uma visão global, abrangente o suficiente para preparar a TI para a flexibilidade dos tempos modernos.

Em um processo desse, torna-se mais clara a compreensão das limitações para o crescimento em termos técnicos. Muitas vezes, os silos e as separações das funções, sistemas duplicados ou dados duplicados estão causando a ineficiência e os gargalos. Ao remover esses empecilhos, a indústria pode seguir adiante.

Visão completa da infraestrutura de acordo com os objetivos

O mais interessante de uma avaliação profissional da infraestrutura é obter uma visão adaptada aos seus objetivos, atuais e futuros. Ou seja, não é só um diagnóstico, mas um que considera quais metas você precisa alcançar.

Essa visão com esses direcionamentos ajuda na eficiência das ações e na redução dos desperdícios. A empresa nem mesmo perde tempo com fatores que não são relevantes para o foco principal.

Se esse objetivo for a implantação de inovações da indústria 4.0, por exemplo, a avaliação dará um caminho a seguir para esse processo. Pode ser a troca de sistemas legados que não se comunicam entre si por soluções específicas, como um ERP ou CRM, ou outras questões.

A parceria externa concede uma avaliação completa da situação atual da organização, com os custos, o valor de negócio e as tecnologias usadas. Assim, é viável planejar aquisições e obter recomendações sobre o que adquirir. A contratante consegue flexibilidade e escalabilidade para realizar possíveis mudanças sempre que necessário também.

Uma visão geral é essencial para conduzir a empresa a um processo seguro de seleção de softwares, o que trará inovação de acordo com as demandas. É preciso atentar para a infraestrutura e para os problemas a fim de levantar os requisitos de softwares que serão adotados também.

Prevenção de problemas

Uma grande vantagem dessa análise da arquitetura é a prevenção de problemas na TI. Com essa avaliação, a empresa consegue proativamente trabalhar em situações que se tornariam arriscadas, principalmente em termos de segurança e estabilidade.

Para combater possíveis riscos e gargalos futuros, já com identificação de ações de contingência e estratégias de reparação, esse diagnóstico é fundamental.

Podemos perceber essa importância em um dos cenários que apresentamos, por exemplo: uma transação M&A. Nesse momento, a empresa provavelmente precisará de uma análise proativa, a fim de saber quais são os riscos e como poderá enfrentá-los quando a transação estiver finalizada.

Assim, é possível, inclusive, implantar as inovações da transformação digital de forma segura nesse contexto.

Quais as consequências de não realizar essa avaliação de forma eficiente?

Quando essa avaliação não é feita de forma segura e eficiente, a empresa pode enfrentar severos problemas.

Um deles é o aumento de gastos com a procura por novos resultados. Caso a direção apontada pela empresa especializada não seja a ideal, a contratante terá que descobrir isso de forma insatisfatória em algum momento. Então, o valor investido poderá se tornar um desperdício, sem trazer o devido retorno.

Aliás, é importante falar em desperdícios e em eficiência quando pensamos em avaliação de infraestrutura. Afinal, existem diversas soluções tecnológicas disponíveis no mercado, diversas aplicações e inúmeras formas de chegar à modernização necessária para a indústria 4.0. Em meio a tudo isso, o cliente pode ficar confuso, sem saber o que fazer exatamente.

Assim, é problemático um diagnóstico que não considera devidamente os problemas internos pelos quais a organização-cliente passa ou uma visão alinhada aos objetivos. Isso pode levar à adaptação de sistemas que não tragam um retorno satisfatório.

Como vimos, a indústria 4.0 não é um assunto somente para o futuro, mas principalmente para o presente. Ou seja, adaptar-se a essas inovações de modo a obter melhores resultados com a automação industrial é uma necessidade de agora.

Para as empresas que desejam ingressar nesse fenômeno e aproveitar os resultados, é fundamental investir na avaliação da infraestrutura. Para evitar maiores problemas e riscos, o ideal é que essa análise seja personalizada e considere os objetivos do presente e do futuro.

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